De longe, bem longe é o principal fator de sucesso da liderança efetiva. Nada é mais
importante do que se colocar no lugar do outro evitando qualquer possibilidade de injustiça.
Fazer aos outros o que gostaria que os outros fizessem para você constitui a máxima das
ações que podem levar à paz e equilíbrio entre as pessoas no planeta. E isso também tem
a ver com empatia.
Infelizmente, o sucesso dos líderes empresariais e executivos, a maioria das vezes, ofusca
essa condição, deixando a empatia para uma situação de doença funcional, ou seja, “quem
sabe eu visite o pobre Zé no hospital como um gesto de compaixão minha”.
A maior parte dos líderes não contam as suas relações envolvidas com o trabalho. No
entanto, se eles escrevessem uma lista com os nomes das pessoas com quem eles
interagem regularmente, muitos iriam além de uma simples lista e contariam detalhes sobre
cada pessoa. Algumas informações poderiam estar relacionadas ao trabalho (por exemplo,
como cada membro da equipe prefere receber feedback), e outras podem ser bem mais
amplas (por exemplo, quais equipes esportivas são as favoritas da equipe de suporte e se
um fornecedor-chave ganhou um novo neto).
Fundamentalmente, liderança envolve relacionamentos. Seja o líder de uma pequena
equipe, o gestor de uma grande cadeia varejista ou o CEO de uma corporação global,
conduz-se o trabalho por meio dos relacionamentos com os outros. Para ser efetivo nesses
relacionamentos, os líderes precisam entender as perspectivas das pessoas com quem
eles estão trabalhando. O que os líderes precisam é de empatia, uma das doze
competências de inteligência emocional e social para lideranças.
O que é empatia?
Empatia significa ter a capacidade de sentir o sentimento dos outros e perceber as coisas
como eles percebem. Assume-se um interesse genuíno pelas preocupações deles e as
deixas do que eles estão sentindo e pensando. Com empatia, sente-se emoções que não
são manifestas e escuta-se ativamente para entender o ponto de vista da outra pessoa, os
termos nos quais eles pensam sobre o que está acontecendo.
Neurocientistas identificaram as diferentes secções do cérebro envolvidas com dois tipos
distintos de empatia: a cognitiva e a emocional. Com a empatia cognitiva, pode-se entender
a perspectiva de outra pessoa e as forças que formaram aquela perspectiva. Com a
empatia emocional, capta-se os sentimentos de outra pessoa por meio de pistas verbais e
não-verbais e o que ela sente.
Ter habilidades de empatia contribui para o entendimento da equipe ou dos interlocutores
com os quais se relaciona e melhora, sensivelmente, a performance de um líder.
Pesquisadores neurocientistas observaram uma amostra de 6,7 mil líderes de 38 países.
Eis o que descobriram: “nossos resultados revelam que empatia é positivamente
relacionada com a performance no trabalho. Gerentes que demonstraram maior empatia
diante de relatórios diretos têm um desempenho superior no trabalho, na visão dos seus
chefes. Os resultados foram consistentes por toda a amostra: emoções empáticas vistas
pelos subordinados prevê positivamente uma melhor performance de trabalho por parte do
superior ou líder”.
As experiências de empatia cognitiva e emocional residem em partes específicas dos
nossos cérebros. Dado que neurocientistas demonstraram que os cérebros podem mudar,
as chaves para promover tais mudanças consistem em repetir experiências e práticas. Dois
dos seis hábitos das pessoas empáticas, do Centro de Ciência para o Bem Maior da
Universidade da Califórnia, incluem curiosidade e escuta ativa.
Quando se é curioso, há o engajamento com os outros, mesmo estranhos, para aprender
mais a respeito das suas perspectivas. Quando estiver na fila do supermercado, no lugar de
ficar lendo mensagens no smartphone, por que não sorrir e perguntar para a pessoa
próxima como ela vai preparar os vegetais que estão no carrinho? Ou quando chega-se
cedo para uma reunião, perguntar à outra pessoa na espera sobre algo novo que ela
aprendeu na última semana no emprego.
Então, uma vez que se pergunta, parar e realmente prestar atenção às respostas. Escutar
tanto as palavras sendo ditas quanto os sentimentos por trás delas. A pessoa parece
empolgada para preparar uma nova receita com brócolis? Ou indiferente sobre o que irá
preparar para o jantar? A pessoa na espera para a reunião tem orgulho do que aprendeu?
Ou está ansiosa acerca das implicações do que ela aprendeu? Responder de acordo, com
um sinal de que se entendeu, e oferecer um comentário que ajude.
Uma conversa não irá turbinar a empatia, mas com o tempo, exercitando a curiosidade e
escutando atentamente aos outros, poderá desenvolver um senso mais acurado sobre
como os outros pensam e se sentem.